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Gravidez precoce

De acordo com a OMS, a adolescência compreende o período entre 10 e 19 anos e é uma fase de muitas descobertas em que o pico dos níveis hormonais podem levar à diversas curiosidades envolvendo os aspectos da sexualidade. A iniciação sexual acontece precocemente, dado que 24,4% das adolescentes brasileiras de até 15 anos de idade já haviam mantido relações sexuais. E considerando toda a adolescência, o percentual chega a 69%. Dessa forma, é grande a parcela da população que ignora a existência dos métodos contraceptivos ou opta por não adotá-los. Com isso, observa-se um aumento dos índices de DSTs e gravidez indesejada nessa faixa etária.

A maioria dos jovens não sabe se prevenir de forma adequada, não compreendem o funcionamento dos métodos preventivos e acabam os utilizando de forma errônea ou acabam abrindo mão seu uso por terem banalizado os males.

Assim, a gravidez na adolescência pode ter diversas causas, mas independente delas, é fato que ela é um problema de saúde pública, uma vez que causa riscos à saúde da mãe do bebê e tem impacto socioeconômico. Portanto, o problema vai além dos fatores psicológicos e econômicos: 

A mulher grávida precocemente pode apresentar sérios problemas durante a gestação, inclusive risco de morte. Entre os fatores biológicos que merecem destaque, podemos citar os riscos de prematuridade do bebê e baixo peso, morte pré-natal, anemia, aborto natural, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, risco de ruptura do colo do úterodepressão pós-parto.

- Vanessa dos Santos ( Brasil Escola )

Adicionalmente, no âmbito social , muitas adolescentes precisam abandonar a escola devido à gravidez, o que tem um impacto de longo prazo nas oportunidades de completar sua educação e se incorporar no mercado de trabalho. Como resultado as mães adolescentes estão expostas a situações de maior vulnerabilidade e a reproduzir padrões de pobreza e exclusão social, segundo relatório da OMS/OPAS; UNICEF e UNFPA.

Análise de dados

Taxa de nascimentos a cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos

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-OMS

De acordo com o IPEA, o  nível educacional é o fator de risco mais importante sobre a iniciação sexual, uma vez que mulheres com mais de cinco anos de estudo apresentam menor chance de ter uma gravidez na adolescência.

Adicionalmente, em relação à cor da pele, observa-se que ser branca reduz a probabilidade de uma gravidez precoce. Comparativamente, não ser branca aumenta a probabilidade de ter uma gravidez precoce para as mulheres que se declararam como pretas e indígenas. Considerando que, grande parcela da população autodeclarada negra, indígena ou parda, possui níveis de escolaridade mais baixos e maior taxa de pobreza, o que contribui para a falta de informação e para um acesso precário ao sistema de saúde.

Assim, como a incidência de gravidez precoce é crescente e atinge diversas regiões do Brasil, é necessário ampliar a compreensão do tema, tendo em vista divulgar medidas preventivas mais eficientes e que atinjam de modo satisfatório o público em questão. Vale ressaltar, ainda, que a gravidez na adolescência exerce efeitos negativos sobre os indicadores de mortalidade materna e infantil, de educação das mulheres, além de mudanças no ambiente familiar e social das adolescentes que engravidam antes de alcançarem a fase adulta.

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